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Cinema da Quebrada: uma categoria de cinema, não apenas um recorte!

  • camaraescurarevist
  • 14 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

por Mariana Peixoto

revisado por Catarina Bijotti


Abrindo a semana REC, a diretora Stheffany Fernandes participou de uma sessão cheia, com mais de 100 pessoas, para exibir e falar sobre seu último filme lançado: “Perifericu”. O filme tem feito sucesso desde seu lançamento, sendo exibido em mais de 80 festivais e mostras pelo mundo, além de ganhar 27 premiações.

Perifericu é, nas palavras de Steffany, um filme de quebrada. Mas não enquanto um recorte, e sim como um categoria. Em sua fala, a cineasta conta um pouco do seu caminho no cinema e conta como segue na luta por um reconhecimento do Cinema da Quebrada, para que essas vozes tenham cada vez mais voz e espaço.


A diretora Stheffany Fernandes / acervo pessoal


Stheffany é formada técnica em produção audiovisual na Etec Jornalista Roberto Marinho, e foi lá que ela participou no seu primeiro trabalho que teria uma grande repercussão, o curta “Filhas da Síria”, realizado na oficina Noite de Kino do Festival Internacional de Curta Metragem de São Paulo, em 2016.

O filme conta a história de três refugiadas sírias no Brasil e sua adaptação no país. Os temas políticos e que abrangem minorias desde sempre marcaram presença na carreira da diretora. Com mais de 7 exibições e um prêmio de melhor filme, o curta dá o pontapé inicial ao trabalho de Stheffany.

Após se formar no curso técnico, a diretora continuou seus estudos na UNILA, e, em 2019, voltou para São Paulo para co-dirigir Perifericu. Rosa Caldeira, Nay Mendl, Stheffany Fernanda, Vita Pereira assinam a direção.

Após a sessão, Stheffany contou que dirigiu as cenas internas, como a do metrô e o grande plano sequência na casa de Denise. E essas são também suas cenas favoritas. Ela falou um pouco sobre o processo de gravação destas. Na casa de Denise, contracenam com a atriz Ingrid Martins, como figuração, a família das diretoras e dos diretores. Já na cena do metrô, a equipe contou com a colaboração dos próprios passageiros da CPTM, que ajudavam a manter o silêncio e gritar o “GRAVANDO” de cada take.

Perifericu é resultado de um trabalho de muitas mãos e cabeças que se juntaram para retratar e trazer para tela o que é a periferia. Mas, mais do que uma representação, o filme é fruto do trabalho da quebrada. E é nessa condição que reside a diferença de um recorte para um categoria de filmes!

Por isso, Stheffany luta por um cinema que entenda que a quebrada é mais do que apenas objeto de estudos sociológicos, que pode ser retratada pelo olhar do outro. A quebrada é um lugar onde habitam pessoas, com olhares e capacidade de se auto-representar e, nessa auto-representação, criam um categoria e um jeito próprio de fazer cinema.


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