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A Beleza dos Festivais

  • camaraescurarevist
  • 24 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de dez. de 2020

Por Mariana Jorcovix


Um dos eventos do dia 14 de Outubro foi a palestra Curadoria em Festivais e Mostras de Cinema: Mostra de Tiradentes e CineOP. A palestra recebeu a curadora Lila Foster e foi ministrada pelo professor Renato Coelho.

A convidada é uma estudiosa do cinema amador brasileiro e faz um levantamento preciso sobre o assunto: trabalha há cerca de quatro anos na Mostra Tiradentes, sendo curadora também de festivais como Cura 8, S8, Edital – Fica, Goiânia Mostra de Curtas e a Mostra de Cinema de Ouro Preto. Além disso, está atualmente fazendo uma pós para se aprofundar ainda mais na sétima arte.

A Mostra Tiradentes é um espaço completamente voltado para o cinema independente. Ocorrendo anualmente, a mostra é considerada uma das mais importantes no quesito nacional e premia alguns dos maiores filmes independentes do nosso país. Abaixo está a lista com os vencedores da edição de 2019:


MELHOR FILME MOSTRA AURORA

CANTO DOS OSSOS, de Jorge Polos e Petrus de Bairros


MELHOR FILME PELO JÚRI POPULAR

“ATÉ O FIM“, Glenda Nicácio e Ary Rosa


PRÊMIO HELENA IGNEZ

(maior contribuição artística feminina)

LILIS SOARES, diretora de fotografia de UM DIA COM JERUSA de Viviane Ferreira


PRÊMIO CARLOS REICHENBACH

Mostra Olhos Livres: “YãMIYHEX: AS MULHERES ESPÍRITO“, de Sueli Maxakali e Isael Maxacali.


PRÊMIO CANAL BRASIL

Curta-metragem: “PERIFERICU“, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira


MELHOR CURTA-METRAGEM PELO JÚRI POPULAR

“A PARTEIRA“, de Catarina Doolan


MELHOR CURTA-METRAGEM PELO JÚRI OFICIAL

“EGUM”, de Yuri Costa


A palestra iniciou com a convidada explicando exatamente o que um curador faz, dizendo que essa profissão surgiu junto com o boom das mostras de cinema e é um jeito excelente de se encontrar filmes históricos. A função do curador é montar uma mostra ou um festival de acordo com o tema estabelecido ao invés de seguir suas preferências pessoais. Segundo a mesma, a Mostra Tiradentes nunca irá escolher filmes denominados de "hollywoodianos", visto que os mesmos não se encaixam na proposta do evento.

O tópico que veio em seguida foi sobre o audiovisual na pandemia, que levou a discussão à outra perspectiva: a constante evolução do cinema. Isso se iniciou quando Lila opinou dizendo que a pandemia foi, de certo modo, positiva para o cinema brasileiro em termos de influenciar mais filmes contemporâneos. Por tais motivos, não se pode dizer que o cinema irá morrer: sempre existiram filmes feitos com baixo orçamento e estes continuarão sendo produzidos. Além disso, como os festivais estão ocorrendo online, o acesso acaba sendo facilitado, permitindo que uma grande parte das pessoas consiga entrar em contato não apenas com a obra exibida mas também com o criador e suas ideias em torno da mesma. Afinal, os festivais fazem exatamente isso: abrem um espaço crítico para acessarmos o cinema brasileiro, que é completamente variado.

Em seguida, Foster exaltou a importância dos curtas no cinema nacional: a maioria deles não recebe o prestígio que merece e é aí que entra o valor dos festivais, visto que são eles que espalham uma determinada obra para o público. Além disso, a Mostra Aurora (umas das mais importantes de Tiradentes) democratizou para quem a frequenta um cinema mais independente, algo que não ocorria antes. Muitos dos filmes exibidos foram para outros países por conta da popularidade dessa mostra. Além disso, a mesma o filme Canto dos Ossos, um excepcional exercício no cinema de gênero, que contou com um debate após sua exibição, assim abrindo a oportunidade para todos os profissionais conseguirem ver o que está surgindo no meio, entrando em termos para fazer o cinema continuar em movimento.

Assim como as mudanças e influências constantes nessa área, algo considerado importante no debate foi o surgimento cada vez maior de mulheres que querem seguir essa carreira e como os festivais podem favorecer positivamente nesse aspecto.

A palestra foi encerrada com Foster comentando sobre suas perspectivas para o futuro, expondo sua crença de que os festivais se tornarão ainda mais especiais por conta da pandemia e suas consequências. Além disso, imagina que filmes de experimentação serão muito mais comuns do que agora. Aproveitou seus minutos finais para incentivar todos a acompanharem palestras como as da ABD (Associação Brasileira de Documentaristas), que nos aproxima ainda mais de profissionais do ramo e faz com que valorizemos essa profissão que todos decidimos seguir.


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