Os Trapalhões no Audiovisual por Rafael Spaca
- camaraescurarevist
- 24 de nov. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 2 de dez. de 2020
Por João Cabral
O dia 14/10 da Semana Play Rec se iniciou com a palestra de Rafael Spaca, Os trapalhões no audiovisual, palestra essa que foi intermediada por Rogério Ferraraz, professor de Rádio, TV e Internet. Rafael é radialista, curador, escritor, apresentador, produtor e atualmente está produzindo um documentário sobre os Trapalhões, Trapalhadas Sem Fim.
No começo da palestra, Rafael contou um pouco sobre a sua trajetória no audiovisual. No começo focava em acompanhar o jornalismo esportivo, mas após ele cursar faculdade de Rádio e TV, apaixonou-se pelo cenário do audiovisual como um todo.
Na faculdade ele notou a falta de bibliografia para o assunto, por isso, surgiu o interesse de escrever sobre os Trapalhões. A partir disto, Rafael começou a realizar entrevistas com quem já tinha trabalhado com eles e com o material das entrevistas pôde escrever seu primeiro livro sobre o grupo, pelo qual recebeu bastante reconhecimento, aparecendo em alguns programas de grande relevância da televisão, como The Noite do Danilo Gentili.
Durante a sua pesquisa para o livro surgiu a ideia de fazer um documentário. A primeira entrevista do filme foi concedida pela atriz Regina Duarte, abrindo portas para pessoas de alta relevância se interessarem pelo documentário, resultando em entrevistas com Ney Matogrosso, Caetano Veloso e Pelé. A visão de Rafael no documentário é mostrar realmente como eram os Trapalhões, tirando toda a visão que sempre foi passada, de um grupo perfeito e que nunca passou por problemas. O longa já está gravado, porém não finalizado, e já está gerando muita polêmica, pois Renato Aragão não gostou do jeito que Rafael escolheu para retratar o grupo. Graças a essa polêmica, já foi capa de várias revistas, ganhando ainda mais força.
Rafael explicou um pouco como conduziu suas entrevistas, começando com perguntas um pouco mais tranquilas, para depois introduzir as perguntas mais polêmicas, assim, deixando seus entrevistados mais relaxados. A previsão de lançamento do documentário é para 2021, podendo ser lançado em plataformas como Netflix, Amazon e Canal Brasil
Após explicar o contexto geral do documentário, foi aberta a sessão de perguntas.
Pergunta 1: Rafael, vocês também vão dar espaço no documentário para ouvir o público fã ou não?
R: Não, a ideia é para falar com pessoas relevantes para a mídia, que tiveram contato com Trapalhões mesmo que indiretamente. A ideia de entrevistar pessoas que não tiveram contato direto com os Trapalhões é para demonstrar que a história do grupo influencia diretamente nossa cultura atual.
Pergunta 2: Durante o processo das entrevistas, você já ia com uma pauta com as questões que queria abordar? Ou deixava mais aberto ao diálogo?
R: Existia sempre um roteiro, porém se sentia confortável em flutuar por esses assuntos.
Pergunta 3: Você disse que o Renato lutou bastante contra o documentário, mas que o Dedé apoiou. Você teme alguma represália do Renato ou de algum outro entrevistado após o lançamento do filme? E com a saída do Renato do Globo você acha possível a veiculação na Globo News ou outro veículo global como você disse que já foi sondado, mas que não deu certo?
R: Rafael acredita que isso não vai acontecer, pois tem certeza que ele não está fazendo nada contra a lei e está somente contando uma história. Sobre a Globo, existe sim interesse e inclusive o Canal Brasil, que é do grupo Globo, quer muito exibir, porém, a Globo News tem um pouco de receio, pois estaria criticando o passado da emissora, não passando assim uma mensagem boa.
Pergunta 4: Gostaria de saber qual é a maior referência que você utiliza dos Trapalhões no dia a dia?
R: Rafael não possui nenhuma influência, nem no âmbito profissional, quanto o pessoal, somente gosto muito deles.
Pergunta 5: Conhecer mais profundamente a história dos Trapalhões aumentou ou diminuiu sua admiração pelo trabalho e carreira deles?
R: Não diminuiu nem aumentou, pois nunca teve uma visão de santo sobre eles, e mesmo após a polêmica ainda os admira muito.
Pergunta 6: Alguma história você não colocou porque achou que ia pesar muito na história do grupo?
R: Não, pois ele diz que as histórias, por mais pesadas que sejam, humanizam o grupo, mas também não há nada que possa prejudicar ele de alguma forma judicial.
Pergunta 7: Conta uma história dos bastidores, algo que foi engraçado ou se teve algo que fez você repensar em fazer o documentário fora o que já contou;
R: Não tiveram muitas histórias, somente o Fábio Júnior, que esqueceu totalmente da presença do Rafael na sua casa e foi almoçar. O dublê e a camareira do Renato contaram coisas sobre ele que foram bem interessantes, que revelaram muito sobre a personalidade dele.
Pergunta 8: Hoje em dia eu sei que está basicamente impossível mas tem expectativa para lançamento em circuito comercial do documentário?
R: Sim, tem sim, tanto quanto para o cinema e o streaming.
Pergunta 9: Depois de entrevistar as pessoas para o documentário, qual artista você achou mais legal e qual mais te surpreendeu, positivamente ou negativamente?
R: Positivamente foi a do Pelé, na qual o tempo de entrevista era de 15 minutos, mas o Pelé estava tão entretido que pediu para ficar mais tempo. Negativamente foi uma recusa do Carlos Alberto, que foi redator dos Trapalhões e recusou alegando que estava irritado com o Renato, mas depois deu uma entrevista dizendo que gostava muito do Renato. Então Rafael acredita que Carlos Alberto recusou o pedido pelo próprio Renato.
Pergunta 10: Nunca assiste nada de fato deles, para quem assim como eu não tem essa referência direta o que você indica para ser visto primeiro e o que pode ser deixado de lado na carreira deles?
R: Trapalhões nas minas do rei Salomão, Saltimbancos trapalhões e Os trapalhões e o rei do futebol, são os filmes para começar
A duração da palestra foi um pouco diminuída, pois Rafael caiu algumas vezes, mas nada que tenha gerado um grande impacto no tempo.
Após as perguntas o professor Rogério finalizou agradecendo o Rafael e o parabenizando pela palestra.
Ao final, Rafael propôs ao professor Rogério uma parceria com a Anhembi Morumbi para ajudar a editar o documentário.
Para saber mais sobre o documentário, acesse:
INSTAGRAM: @trapadoc
TEASER DO DOCUMENTARIO: https://www.youtube.com/watch?v=GmWal2kCRYk
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